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domingo, 12 de dezembro de 2010

Entre tanto, entre tudo


Sou espectador entre as coisas cotidianas
A tv vê mais de mim, que todos aqueles os quais pelos dias me vêem.
Não sou alguém, me faço pelos objetos ao redor.
Há muito, meus sonhos já se misturaram com  posses.
Sonho que posso, através do possuído. E isso, diz que posso!
Não sou alguém. Apenas um possuidor.
Penso possuir as coisas, mas  elas é me possuem
No fim ninguém e dono de nada, pois tudo é efêmero.
Estou entre tudo no mundo, e ao mesmo tempo fora de mim.
Photo/ texto : Stones

sábado, 19 de junho de 2010

Viver é preciso navegar não é preciso


A quem pensa que isto é apenas comida, eu lembro...
Um dia já foi vida, nadou, saltou, um dia foi ser...
Hoje é apenas comida a mesa, nada além de corpo inerte...
Lembra-te disto, pois mesmo jamais o se torne comida...
Ainda assim algum dia há de ser apenas corpo inerte...
Photo: Stones Texto: Stones

terça-feira, 9 de março de 2010

Fora de Órbita



Ai de mim! Nesse exaspero o qual,
pressiona a mente e enlouquece o coração.
Parece mais com a firme vontade da morte.
E Nada mais é que o desejo de alguma mudança.

Que caia um prédio, que nos venha o terremoto,
que se sacrifique a prima distante e desconhecida,
pela qual não há tanto apreço.

Mas que simplesmente aconteça algo.
E que nos tire desta orbita, aqui o corpo mais vaga que vive.
Sim isso, sair de orbita, ao menos desta orbita inóspita e desprezível
Na qual as idéias não movem um grão de areia,

mas esta se amontoa em quantidade.

Texto/ Photo: Stones


domingo, 14 de fevereiro de 2010

Imagem



A definição do dicionário diz: “Representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de objeto”. Ou seja, em se tratando de uma representação, podem-se ter opiniões e pontos de vistas diferentes sobre determinada imagem, ou até mesmo uma idéia comum sobre a mesma imagem. Partindo deste princípio, a imagem parte de uma definição pessoal e particular de cada pessoa. Na sociedade “imagem” é um fator carregado de conceitos e preconceitos. A nossa imagem é avaliada e analisada a todo o momento pela visão do outro. Seja, em uma festa onde os olhares passeiam pelas roupas, penteados, sapatos, cores, jóias, enfim um conjunto de aparatos que fazem construir uma definição do individuo: “bem vestido ou mal vestido”, ou no ambiente de trabalho onde a imagem é estabelecida através dos cargos ocupados dentro de uma empresa. Quando pensamos em um executivo, na maioria das vezes, o terno e gravata é a primeira imagem, um auxiliar de serviços gerais, relacionamos a um uniforme, ou algo mais simples.
Enfim, tanto no âmbito pessoal, quanto no âmbito profissional a imagem segue uma exigência estética. E aí está à problemática. Muitas vezes, ficamos aprisionados a um padrão preestabelecido, igual uma receita de bolo. Uma mulher de terninho em cima de um scarpin passa a imagem de uma pessoa poderosa, que sabe o que quer, ou alguém com chinelo, camiseta regata, short surfista, vem à imagem de uma pessoa despojada e livre. Pode ser uma definição verdadeira ou talvez esteja presa a um modelo mental associado a um padrão estético.
Não devemos levar ao pé da letra a frase: “A primeira imagem é a que fica”. Porque esta “primeira imagem” pode ser equivocada e está associada a vários fatores sociais e culturais que difere da verdadeira personalidade da pessoa. E a partir disso podem surgir o preconceito e os julgamentos precipitados que fazem com que as pessoas enxerguem o outro baseado no que a moda, a mídia, a diferença social nos apresenta a todo o momento. Quando encontramos um mendigo na rua, com roupas sujas e rasgadas é muito cruel pensar que ele seja alguém, inferior, doente ou vagabundo. Nunca saberemos se não conhecermos a sua verdadeira história e que o fez ficar naquela condição.
Não é através de um terno, ou de uma camiseta que vamos definir se alguém é bom ou ruim. Não é em cima do salto que vamos conseguir o respeito das pessoas. Temos que aprender a ser livres de verdade, e não nos esconder em uma camuflagem para aparentar isso ou aquilo. A imagem é importante e devemos cuidar dela, porém ela não pode ser maior do que a nossa alma e a nossa essência.



Texto: Cláudia Borges Photo: Beholder

sábado, 23 de janeiro de 2010

O que você vê?



O sentido da visão é falho.
Muitas vezes você quer ver, mas os olhos simplesmente não alcançam.
A verdade é que ver não é algo que depende só dos olhos. É mais...
Para ver além é preciso todos os sentidos.
Ver com olhos Ver com as mãos. Ver com o paladar. Ver com a mente...

Ah... A mente é a lupa dos olhos.


Com o poder da mente você vê o que existe e o que não existe.

Muito se consegue ver quando uma mente se põe a viajar.
Vai-se a lugares desconhecidos, sombrios, vagos...
Os olhos da mente criam as mais variadas ilusões.
Com elas você sorri, sofre...
E quando perde-se o controle, quase se enlouquece.
Mais vale usar a mente para ampliar a visão.
Ver o que está por trás, no íntimo, na essência do ser objeto de sua observação.
Manter os sentidos aguçados. Os olhos atentos. A mente aberta.
Só dessa forma seu campo de visão está completo.
Do contrário, de nada adianta ver...

E então, como você vê?

Texto: Camila Photo: Stones

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Mentira

Pensei que a photo fosse a verdade
Um segundo congelado no tempo do qual não se pode duvidar
Que fosse rica nos detalhes e comprovações do existir

Que nada! A foto é a maior de todas as mentiras
Aquilo que já foi, não é mais e nunca mais será
Um segundo eternizado, mas um segundo não é eterno

A photo é a inveracidade do sempre que nunca se acaba
A comprovação do sido e do perdido em cada detalhe
E o sonho do visto, do externo, do eterno

A mostra dita do que é indizível
É um enganar pois pode mostrar o superficial
Porem é incapaz de alcançar o profundo de cada coisa

A photo é aquilo que foi, que fomos e não mais seremos
Um prazer momentâneo do fotografo
Um momento único congelado no tempo

Mas que fique claro
Que ninguém duvide
É pura mentira.
Photo : Stones Texto: Stones